Conhecemos bem a tentação de relacionar a música com narrativas dramáticas da vida pessoal daqueles que a fazem. Acerca de Wolfgang Amadeus Mozart, já se escreveram muitos livros, fizeram-se filmes, e há quase sempre dois aspetos da sua biografia que sobressaem: o deslumbre de uma criança prodigiosa e a dimensão trágica de uma morte precoce em condições de penúria. Este programa da OML não tem histórias para contar. Porém, porque a música fala por si, desenvolve-se em torno do segundo, pois junta o último concerto e a última sinfonia do génio de Salzburgo. O Concerto para Clarinete e Orquestra foi escrito apenas dois meses antes da morte, em 1791, e espelha bem uma personalidade que coexistia na alegria e na tristeza, no entusiasmo e na desolação. Foi a primeira grande obra do repertório para este instrumento, e conta no segundo andamento com uma das mais belas melodias de sempre. Já a Sinfonia N.º 41, é a partitura mais monumental que Mozart escreveu para orquestra, no verão de 1888. Mais tarde, ficou conhecida como Júpiter, nome do maior planeta do sistema solar e do deus romano, pai de Vénus e de Minerva.
CONCERTO CLÁSSICO DE NATAL *
Orquestra Metropolitana de Lisboa
W. A. Mozart Concerto para Clarinete e Orquestra, KV 622
W. A. Mozart Sinfonia N.º 41, KV 551, Júpiter
Romain Guyot clarinete
Filipe Carvalheiro maestro
