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Licenciatura em Música

No ano letivo 1993/1994, a ANSO inaugurou em Portugal os cursos de bacharelato em Instrumentistas de Orquestra e Direção de Orquestra. Tratava-se então de um proposta inovadora, porque distinguia o desempenho específico de cada músico no seio da orquestra, e em virtude da constituição agregada de uma orquestra que, simultaneamente, proporcionava a todos os alunos a experiência de tocar em público e servia a aprendizagem regular dos jovens maestros diante de um instrumento de formação privilegiado, uma verdadeira orquestra, a Orquestra Académica Metropolitana (OAM). Ainda hoje, esta é uma oportunidade rara no contexto internacional.

Passados cinco anos a ANSO passou a conferir o Grau de Licenciado com um 2.º Ciclo de Formação. Implantou de seguida outros dois cursos em diferentes especialidades: em 2001/2002, Piano para Música de Câmara e Acompanhamento, e em 2002/2003, Canto, este último entretanto extinto. Já em 2008/2009, todos os planos de estudos foram então ajustados à organização decorrente do Processo de Bolonha, acomodando-se num único Ciclo de Estudos composto de seis semestres letivos.

Mais recentemente, em 2020/2021, passaram a convergir numa única Licenciatura – em Música – as Estruturas Curriculares das quatro especialidades existentes: duas opções de Instrumentista de Orquestra (Ramo de Sopros / Percussão e Ramo de Cordas), outra de Direção de Orquestra, e uma última de Piano para Música de Câmara e Acompanhamento.

Em todas estas vertentes prevalece a dimensão prática do ensino, sempre orientado por um quadro docente constituído na sua maioria por músicos profissionais que integram, ou integraram no passado, a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Esta vocação eminentemente técnica e artística, cuja visibilidade se expressa sobremaneira nas temporadas da OAM e nos concertos de câmara dos Jovens Solistas da Metropolitana, é complementada por unidades curriculares das áreas científicas de Formação Musical e de Ciências Musicais, as quais oferecem conhecimentos fundamentais para o desenvolvimento integral e harmonioso de um músico apto para enfrentar as exigências e a competitividade de um mercado de trabalho que não conhece fronteiras, o das orquestras de tradição clássica e, num quadro ainda mais amplo, o da música instrumental de conjunto.

Bolsas de Estudo

Um grande número de jovens músicos concorre todos os anos para frequentar a Licenciatura em Música da ANSO, contando-se em permanência mais de uma centena de estudantes inscritos provenientes dos mais variados pontos do país, de norte a sul do Continente e dos arquipélagos da Madeira e Açores. Ao encontro dessa procura, a AMEC criou dois tipos de Bolsa de Estudo: a Bolsa de Ingresso e a Bolsa de Apoio Social. A primeira visa captar jovens talentos para o primeiro ano da licenciatura. A sua atribuição pondera simultaneamente a qualidade técnico-artística e a situação económica do aluno e respetivo agregado familiar. O segundo tipo de bolsa materializa-se em reduções variáveis do valor da propina. Resulta da ponderação dos mesmos fatores económicos e do rendimento artístico e académico. Mais abrangente, destina-se aos alunos que frequentam qualquer um dos anos da licenciatura.

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“Tenho tido o privilégio de uma carreira que me permite viajar, muito, pelo mundo fora. Nestes anos de música e viagens, tenho experimentado diferentes realidades culturais e académicas; a minha primeira morada fora de Portugal foi no norte de Chicago, em Evanston, como estudante de mestrado numa universidade norte-americana. Desde esse momento aprendi muito, mas percebi também – e criticamente observando a realidade cultural e académica que fui conhecendo –, que a formação que recebi em Portugal e, em particular, na Academia Nacional Superior de Orquestra, foi única e ao nível das melhores escolas em todo o mundo.”

Joana Carneiro, maestrina