É bem conhecida a influência que teve o impressionismo musical do Fin de siècle junto de Luís de Freitas Branco, particularmente em obras para piano solo e nos poemas sinfónicos Paraísos Artificiais (1910) e Vathek (1914). Mas esse primeiro período criativo é precedente da fase neoclássica do músico português, cujos frutos imediatos foram as sinfonias 1 e 2, de 1924 e 1926, respetivamente. Deste modo, esta segunda sinfonia desenrola-se num planeamento formal que se reconhece nos cânones da tradição clássica, mas sempre com discurso próprio. A melodia de cantochão que a percorre é evocação íntima de um episódio familiar – a opção de sua irmã em tornar-se freira carmelita. Antes disso, na primeira parte deste programa, a flauta destaca-se do tecido orquestral. Primeiro, imersa nos estados oníricos e contemplativos do Prelúdio à Sesta de um Fauno de Claude Debussy, datado de 1894. Depois, em Les Barricades Mystérieuses, de Luca Francesconi. Mais recente (1989), esta composição inspira-se na peça para cravo homónima publicada em 1717 por François Couperin.
ORQUESTRA ACADÉMICA METROPOLITANA
Claude Debussy Prelúdio à Sesta de um Fauno
Luca Francesconi * Les barricades mystérieuses
Luís de Freitas Branco Sinfonia N.º 2
Nuno Inácio flauta
Pedro Neves maestro
(*) Artista Associado à Temporada da Metropolitana 2019/2020
