À semelhança do diapasão, o metrónomo é um dos mais fiéis companheiros do músico durante as horas de estudo. A primeira patente de um metrónomo portátil com mecanismo a corda, semelhante ao de um relógio, foi registada em 1816 pelo alemão Johann Nepomuk Mälzel, de quem Beethoven era amigo. Porém, já em 1812, o compositor fazia ecoar com humor esse característico tique-taque no segundo andamento da Oitava Sinfonia.
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Hoje em dia, conhece-se o metrónomo como um aparelho eletrónico. Todavia, ainda lembramos aquela pequena caixa com um pêndulo invertido que, enquanto a corda o permite, não cala um inabalável tique-taque que obriga a seguir uma pulsação precisa. A invenção nem lhe terá pertencido, mas foi o alemão Johann Nepomuk Mälzel (1772-1838) quem primeiro registou comercialmente a ideia e a divulgou no meu meio musical de Viena no início do século XIX. Beethoven foi um dos primeiros compositores a anotar as indicações de tempo MM (Metrónomo de Mälzel) na partitura, impondo aos intérpretes o preciso andamento que pretendia nas suas composições.
Quando escreveu a Sinfonia N.º 8, em 1812, era ainda uma novidade que provocava sorrisos. Por isso, Beethoven aproveitou o segundo andamento da sinfonia para lhe fazer uma citação bem humorada. Depois do sublime segundo andamento da Sétima Sinfonia, que havia sido completado poucos meses antes, esta foi uma maneira muito curiosa de contornar o expectável andamento lento de uma sinfonia.
Rui Campos Leitão