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5€As transcrições musicais são adaptações de partituras pré-existentes, de maneira a que estas possam ser tocadas por instrumentos diferentes. No período barroco esta era uma prática muito comum. Johann Sebastian Bach fez muitas transcrições de concertos de Antonio Vivaldi, e até mesmo de composições da sua própria autoria. O período áureo terá coincidido com as interpretações de repertório sinfónico com que Franz Liszt se apresentava sozinho ao piano. Porém, o culto da originalidade fez com que perdesse terreno. No passado, as transcrições permitam, por um lado, que as obras musicais chegassem a um público mais vasto, por outro, redescobri-las através de recriações com assinatura. O primeiro propósito é hoje garantido pelo suporte gravado e a respetiva difusão. É o segundo que leva os Solistas da Metropolitana a recuperarem aqui duas obras de Wolfgang Amadeus Mozart originalmente escritas para violino e viola d’arco, uma das quais com orquestra, e a fazerem transcrições para uma combinação instrumental bastante invulgar, o duo de violino e contrabaixo. Diana Tzonkova e Ercole de Conca convidam-nos assim para redescobrir um dueto composto em 1783, durante uma visita de Mozart a Salzburgo, e a (bastante mais célebre) Sinfonia Concertante, datada de 1779, onde experimentou esse género híbrido algures posto entre a sinfonia e o concerto.
Mozart a Dois
Solistas da Metropolitana
W. A. Mozart Duo em Sol maior, KV 423 (transc. para violino e contrabaixo)
W. A. Mozart Sinfonia Concertante, KV 364 (transc. para violino e contrabaixo)
Diana Tzonkova violino, Ercole de Conca contrabaixo