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Ambos expoentes em matéria de Música de Câmara, Claude Debussy era bastante mais novo do que Gabriel Fauré; 17 anos. Ainda assim, frequentaram os mesmos círculos sociais do fin de siècle parisiense. Debussy veio a ser um dos mais importantes protagonistas da rutura com o romantismo tonal. Mas tudo começou em «caminhos» desbravados por figuras como César Franck e Fauré. O seu Trio com Piano em Sol Maior data de 1880. Nessa ocasião, tinha apenas 17 anos de idade e acompanhava enquanto pianista a família de Nadezhda von Meck (mecenas de Tchaikovsky) numa viagem por Itália. São quatro andamentos que não refletem, portanto, as sonoridades difusas que hoje associamos mais prontamente ao autor de La mer. Por seu turno, o perfil artístico de Fauré era ainda mais discreto e delicado, muito embora também propenso à inovação. Porventura, a quinta-essência do seu legado é a paradoxal combinação do formalismo clássico com o sentimentalismo romântico. Identificamos esse equilíbrio quer na profunda simplicidade da Elegia para violoncelo e piano quer na elegância e mestria técnica do Trio com Piano, duas obras separadas por mais de quatro décadas. A primeira, de 1880, terá sido projetada como andamento lento de uma sonata que nunca completou. Vingou assim mesmo, como peça autónoma, chegando a ser orquestrada anos mais tarde pelo próprio compositor. A segunda, de 1923, é uma das suas derradeiras criações. Estreada no dia do seu 78.º aniversário, convoca uma escuta atenta às subtilezas de escrita e ao refinamento expressivo. Distingue-se pela cuidada articulação contrapontística e pela exímia combinação dos timbres do violino, do violoncelo e do piano.
Debussy & Fauré
Solistas da Metropolitana
C. Debussy Trio com Piano
G. Fauré Trio com Piano
G. Fauré Elegia, para violoncelo e piano
Carlos Damas violino, Jian Hong violoncelo, Anna Tomasik piano