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Quarenta e um anos separam os segundos quartetos de cordas destes dois compositores; por sinal, muito diferentes entre si. A personalidade de Béla Bartók era calculista, por vezes de humor cáustico, mas também atenciosa e educada. Viveu com agonia o impacto da 1.ª Grande Guerra no território onde nasceu, a Hungria. Joly Braga Santos era caloroso, espontâneo e alegremente distraído. Grande parte da sua carreira atravessou o Estado Novo. Em comum, tinham ambos uma enorme paixão pela música, sendo que estes quartetos permitem identificar mais aspetos que os aproximam. Foram compostos quando tinham idades próximas – 36 e 34, respetivamente – e procuravam novos rumos criativos.
Datado de 1917, o Quarteto de Cordas N.º 2 de Bartók coincide com o período em que o músico buscava equilíbrio entre a utilização de música de raiz popular e uma escrita sofisticada e com assinatura. É uma obra que serve de charneira entre um romantismo já «desfigurado» e o passo em frente na exploração de novas soluções técnicas e estilísticas. O andamento central, um Scherzo, evidencia experimentações que se identificam com as tendências modernistas que despontavam nessa época.
O Quarteto de Cordas N.º 2 de Braga Santos foi também escrito num período de transição. Tinha acabado de se instalar na Itália, onde permaneceu quatro anos, entre 1957 e 1961. Teve aí contacto com uma vanguarda musical conducente a uma evolução própria, desde logo com mais cromatismos e dissonâncias. Nesta obra ainda ressaltam melodias de cariz popular reminiscentes de Bartók. No último andamento é notória a influência do músico húngaro.
Braga Santos & Bartók
Solistas da Metropolitana
Joly Braga Santos Quarteto de Cordas N.º 2
B. Bartók Quarteto de Cordas N.º 2
José Pereira, Joana Dias violinos
Santiago Medina viola
Hugo Estaca violoncelo