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Um Americano em Paris

Depois de Rhapsody in Blue, Um americano em Paris deverá ser a composição mais conhecida de G. Gerswhin. Resultou de uma viagem feita pelo compositor a Paris. Com base nessa experiência, a música inspira-se nas impressões de um cidadão americano imerso na Cidade das Luzes, atento ao som urbano e ao glamour de espaços emblemáticos como os Campos Elísios ou a monumental Torre Eiffel. A partitura atravessa sucessivos humores que vão da nostalgia ao deslumbramento.

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Na época em que este poema sinfónico foi escrito, em 1928, estava muito acesa a discussão em torno da relação da música de tradição clássica com o Jazz. Vislumbrava-se, como fruto dessa fusão, o surgimento de um género musical com identidade genuinamente norte-americana. Nesse sentido, o principal campo de experimentação eram os teatros da Broadway, onde se combinavam estruturas dramáticas convencionais com a música popular e números dançados, com referências na Ópera Cómica, na Opereta e no Music Hall inglês. Gershwin era um dos principais protagonistas desse movimento. Estava plenamente interessado na aproximação dos géneros populares e eruditos. Por isso, nunca perdeu de vista as salas de concerto de matriz europeia radicadas em Nova Iorque, como o Aeolian Hall ou o Carnegie Hall. Foi nesta última que ocorreu a estreia de Um Americano em Paris.

Apesar de ser uma obra exclusivamente instrumental, e assinada por um dos mais importantes compositores norte-americanos do século XX, aquele título é hoje em dia sobretudo conhecido pela sua associação ao filme de Vincente Minnelli interpretado por Gene Kelly e vencedor de seis Óscares, em 1952. É facto que o filme contém um longo momento que recupera parte desta partitura. Porém, a maior parte da sua banda sonora reúne múltiplas composições de Gerswhin, entre novas canções, excertos recuperados de musicais da Broadway, do Concerto para Piano e Orquestra e até de Rhapsody in Blue.

 

Rui Campos Leitão

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