Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização de acordo com a nossa Política de cookies.

concordo

Concerto Brandeburguês N.º 4

O Concerto Brandeburguês N.º 4 de J. S. Bach terá sido composto em 1720 e faz parte do caderno de seis concertos dedicados ao Marquês de Brandeburgo no ano seguinte. É exemplo de um Concerto Grosso, conforme o modelo de Arcangelo Corelli, o qual oferece a oportunidade de um ou mais solistas brilharem à frente da orquestra. É uma partitura exuberante, pelo maneira criativa como explora os desenhos melódicos, a harmonia, o ritmo, as combinações instrumentais…

**

Segundo o lendário maestro Nikolaus Harnoncourt, e muito embora tenha como partes solistas um violino e duas flautas, este concerto pode ser entendido como um Concerto para Violino, tal é o protagonismo e a dificuldade técnica da parte solo deste instrumento. Ainda assim, antes mesmo de o violino se mostrar, são as flautas que no primeiro andamento se encarregam de instalar progressivamente, e com grande destaque, uma paisagem sonora idílica baseada numa sequência de variações sobre o tema inicial. Pelo meio, o violino irrompe com fraseios amplos e ostensivos. Esta manifesta alegria contrasta bastante com o dramatismo do andamento seguinte. Não por acaso, o compositor designou as flautas como «fiauti d’echo», o que neste caso significa que nesta secção elas poderiam tocar por detrás do palco a fim de criar um outro efeito cénico, designadamente a sensação de distância. No terceiro andamento são utilizadas técnicas contrapontísticas para animar a «conversa» entre os solistas e o tutti orquestral. Os ritornellos apresentam os elementos fundamentais da Fuga, ao passo que nos episódios intermédios os solistas enredam-se em variações sobre o tema. Uma vez mais, assiste-se a solos frenéticos do violino.

 

Rui Campos Leitão

Artigos Relacionados