O ano de 2022 marca a comemoração dos 30 anos da Metropolitana, uma instituição única em Portugal, que conjuga a componente artística, com uma orquestra profissional, e a componente pedagógica, com três escolas, da iniciação ao ensino superior. Nestes tempos de distância e afastamentos, a Metropolitana quer estar “cada vez mais próxima dos portugueses”.
Uma programação ambiciosa e inclusiva, com novos desafios e cruzamentos artísticos, uma nova imagem e identidade gráfica, um site mais moderno e intuitivo, o lançamento de um livro comemorativo, a expansão da ANSO, com o reforço da internacionalização e do ciclo de estudos pós-graduados e ainda novas parcerias institucionais marcam o ano em que a Metropolitana comemora os seus 30 anos de vida e em que procura alargar a sua área de influência na sociedade portuguesa.
O programa comemorativo do trigésimo aniversário, que começou com o Concerto de Ano Novo e que nos vai levar a 10 de julho, o Dia da Metropolitana, com uma programação completa no CCB, tem um objetivo principal: “queremos estar cada mais perto das pessoas”, explica o maestro Pedro Neves, diretor artístico da Metropolitana.
“Não vale a pena negar. É um ano muito importante e especial para nós, por causa das comemorações dos 30 anos da Metropolitana. É um momento de festa, de refletir sobre o nosso passado e sobre o trabalho da instituição e, com ele, projetar o futuro, sempre com os olhos postos no nosso público”, explica o músico, que assumiu há um ano as suas novas funções.
Pedro Neves, também ele um produto da formação da Metropolitana, reforça a ideia. “Para nós é muito importante incutir nas pessoas esse hábito de consumir a arte e, em especial, a música. O nosso objetivo é estar perto das pessoas através da música, agregar, ajudar a que mais gente aprenda a gostar desta linguagem universal que é a música, que não vive isolada de outras manifestações artísticas”.
O maestro destaca para este ano o “Ciclo dos 30 anos”, porque “esta é a temporada da comemoração do trigésimo aniversário da Orquestra Metropolitana de Lisboa”. Este ciclo foi programado para “acompanhar a autorreflexão que uma data destas impõe”. “Por este ciclo vão passar convidados que, de alguma forma, estão ligados à orquestra e à instituição”. “Para além da questão musical, que já de si é muito atrativa, também há uma questão emocional e afetiva, que nos toca muito”.
O ciclo abriu em setembro com a presença de Mário Laginha e Pedro Burmester, dois velhos amigos da Metropolitana.
Mas a Metropolitana não são apenas concertos e música profissional. Pelo edifício-sede da instituição, junto ao Tejo, em Alcântara, passam todos os dias centenas de alunos das mais diversas idades. No ar respira-se música. Sempre música. “É por isso que lhe chamo o “universo Metropolitana”. Pela sua complexidade tão inspiradora”, nota Miguel Honrado, diretor executivo, que há dois anos sucedeu no cargo a António Mega Ferreira.
“Claro que a ‘Via Láctea’ é a Orquestra Metropolitana de Lisboa, mas depois há tantas, tantas outras galáxias a descobrir, que fazem deste um universo único”, sustenta o diretor executivo. E concretiza: “a pedagógica, por exemplo, que se encontra em franca expansão, com um Conservatório da Metropolitana renovado e uma Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO) oferecendo, a partir deste ano, um novo ciclo de estudos pós-graduados em performance orquestral”.
Miguel Honrado destaca ainda “a recente adesão da ANSO ao programa Erasmus +, que vai ser um motor decisivo para a sua internacionalização”, e que permitirá à Metropolitana ser uma porta giratória de alunos portugueses de outros países europeus, que estudam cá ou noutras universidades e institutos congéneres. Criar mestrados mistos, com outras instituições europeias é um dos objetivos no futuro, que a direção pedagógica da Metropolitana, liderada por Yan Mikirtumov.
Com os olhos no futuro, Miguel Honrado pisca já o olho a esse dia especial – 10 de julho, o chamado “Dia da Metropolitana”. Será um dia inteiramente dedicado a esse apaixonante universo em que convidaremos todos os “compagnons de route” destas três décadas a estar presentes, e a refletir connosco sobre os próximos 30, entre variadíssimos concertos, atividades e propostas”.