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OML e Catarina Furtado juntos para explicar porque é que "uns são mais iguais do que outros"

Os Direitos Humanos são o mote para a sessão desta tarde de Perguntas com Resposta, integrada no Ciclo Causas em Família, que a Metropolitana e a Associação Corações com Coroa apresentam nesta temporada. Um serão em que se cruzam os grandes temas da atualidade, com a música clássica e as artes cénicas. Para toda a família…

Somos todos iguais? Mesmo? Ou é apenas um slogan sem aplicação na sociedade? E se somos todos iguais, porque é uns são mais iguais do que outros? Porque é que quem “é diferente” (seja social, étnica, religiosa ou sexualmente) é olhado de lado? É este o ponto de partida para o concerto desta tarde, às 17h00, que decorre no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.

A iniciativa, uma novidade da Temporada 2021/22 da Metropolitana, procura casar a música clássica e o teatro com temas pedagógicos e de interesse social, numa parceria com a Associação Corações com Coroa, fundada por Catarina Furtado. A apresentadora e atriz, que é também Embaixadora da Boa Vontade para o Fundo das Nações Unidas para a População, participa nesta sessão em que a Orquestra Metropolitana de Lisboa apresenta em concerto três obras que refletem estas questões prementes da sociedade em que vivemos.

“Uma orquestra é, por definição, uma imagem da sociedade perfeita. Para todos funcionarem, é preciso respeitar a liberdade dos outros. Para que uma orquestra funcione bem, cada músico depende do colega, perante a coordenação do maestro. Esta é a metáfora de uma sociedade perfeita e a música é um ato coletivo”, afirma o Maestro António Saiote, que dirige esta tarde a Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Para o músico, “a noção de direito e dever está sempre presente, quer numa orquestra, quer na vivência quotidiana em sociedade”.

A primeira obra escolhida é The Unanswered Question, de Charles Ives, que tem um simbolismo especial, explicado por António Saiote. “Dizer que a música é uma linguagem universal é um chavão, mas é verdade. A música exprime tudo o que não se exprime por atos. Vai para lá disso tudo. Nesta primeira obra temos um espelho do real. As cordas estão estáticas, representam os druidas no seu ato de meditação. Eles não ouvem, não veem, não falam. As cordas representam o silêncio. As madeiras são uma espécie de perguntas e respostas do dia a dia, de tudo o que nos distrai, enquanto o trompete é a eterna pergunta que procura a resposta que os druidas buscam na sua meditação: afinal, qual é o sentido da vida?”

Na vida real, a falta de respostas às nossas perguntas desperta em nós desânimo e consternação, sentimentos para os quais o Adágio para Cordas, de Samuel Barber, é a banda sonora certeira. A solução é ir ao encontro dos outros, como Robert Schumann fez quando compôs Abertura, Scherzo e Final, a terceira obra a ser tocada esta tarde pela OML.

O maestro sublinha os “excelentes ensaios” feitos ao longo da semana. “Foi um excelente trabalho. Costumo dizer que neste país tudo se perde e nada se transforma. Ora, verifico que não foi isso que aconteceu com a Orquestra Metropolitana”, afirma António Saiote. E concretiza: “Senti-me muito feliz. Dirigi a OML pela última vez há oito anos e devo dizer-lhe que foi agora uma excelente surpresa. A orquestra está muito disciplinada, muito entrosada, muito competente. Eu conheço muito dos músicos que lá estão, mas bem sabemos como por vezes isso não significa que, todos juntos, criem uma grande orquestra. E na verdade há um espírito positivo muito interessante”.

António Saiote não tem dúvidas: “A Orquestra Metropolitana de Lisboa é um exemplo do melhor que se faz por este páis e merecia muito mais atenção e apoio do que tem tido”.

No Perguntas com Resposta desta tarde, além do protagonismo de Catarina Furtado, sobem igualmente ao palco os atores Catarina Rabaça e Rodrigo Cachucho. A encenação é do ator João Reis.