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Orquestra Académica Metropolitana conta com Gomziakov para concerto "Fin-de-Siècle"

 

A Orquestra Académica Metropolitana vai contar com o violoncelista russo Pavel Gomziakov nos dois concertos dedicados a três grandes compositores franceses do final do século XIX, que se realizam esta sexta-feira, em Lisboa, e sábado, em Setúbal.

“Fin-de-Siècle”, assim se chama o programa, decorre sexta-feira no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, às 21h00, e no sábado, à mesma hora, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal.

​Sob a batuta do maestro Jean-Marc Burfin (que poderá dividir a direção musical com alguns dos alunos do Curso de Direção de Orquestra da ANSO), serão interpretadas Élégie, Op. 24, de Gabriel Fauré, Concerto para Violoncelo N.º 1, Op. 33, de Camille Saint-Saëns, e Sinfonia em Ré Menor, de César Franck.​

A presença de Pavel Gomziakov, Artista Associado 2017/2018 da Metropolitana, é a grande novidade nestas duas atuações, o que, para o musicólogo Rui Campos Leitão, é uma “experiência muito enriquecedora para os músicos”.

Orquestra Académica Metropolitana

“Alguém disse um dia que a Orquestra Académica Metropolitana é um “Navio-Escola” do mundo das orquestras. Assim é porque todo o plano de formação da academia se projeta em concertos públicos com um nível de exigência profissional”, explica o musicólogo.

Rui Campos Leitão acrescenta que “os jovens músicos têrm a oportunidade de interpretar repertório que virão mais tarde a revisitar, ao longo da carreira. Muitas vezes, fazem-no ao lado de músicos que já são profissionais há muitos anos e que lhes transmitem essa experiência”.

O especialista lembra que a aprendizagem de um músico baseia-se muito no exemplo. “Por isso, o exemplo dos melhores tem um valor inestimável. . É o caso de Pavel Gomziakov”, conclui.

A expressão «Fin-de-siècle» reporta ao espírito de incerteza que contaminou as sociedades europeias na aproximação ao século XX. Pairava então uma ambiguidade de sentimentos que convergia em manifesta vontade de mudança e comportamentos excessivos. Assistiu-se ao despontar de movimento artísticos conotados com o decadentismo ideológico, dispostos a questionar todas as convenções, enquanto outros exploravam os limites das práticas instituídas. Em particular, em França, os primeiros passos da Terceira República fizeram-se acompanhar de uma prática musical que conduziu a estética romântica aos patamares da mais sublime saturação.

Para lá de Vincent d’Indy e Claude Debussy, entre outros, contribuíram muito para isso os três compositores que se juntam neste programa. Com a elegância e sedução próprias da cultura musical francesa, destacam-se a Sinfonia em Ré Menor do belga César Franck, estreada no Conservatório de Paris em 1889, e duas outras obras de Fauré e Saint-Saëns onde é protagonista o Violoncelo– o mesmo é dizer: Pavel Gomziakov.