Foi mais um ano marcado pela pandemia, e por um segundo confinamento, mas nem assim as dificuldades impediram o Conservatório de Música da Metropolitana de continuar o seu trabalho junto dos mais novos. Sofia Cosme, diretora pedagógica, fala do amor à música e ao ensino e traça as expectativas para o próximo ano letivo, agora que o Conservatório passou a ter o reconhecimento oficial do Ministério da Educação.

Este foi mais um ano letivo sob o signo da pandemia, em que tivemos mais um confinamento. Que balanço há a fazer deste ano letivo que agora chega ao fim?
Tendo em consideração todas as limitações, que incluíram a proibição da presença de público nas audições de alunos, o impedimento de marcação de concertos fora do nosso edifício, à exceção do final do ano (por constrangimentos das salas nossas parceiras), numerosos isolamentos profiláticos de alunos e professores e o próprio confinamento geral no segundo período, entre outros… tendo tudo isso em consideração, o balanço do ano letivo foi bastante positivo, felizmente.
Mas foi um trabalho difícil…
Foi, foi e tenho, neste ponto, que louvar especialmente os nossos professores que, com a sua dedicação, inteligência e criatividade, conseguiram transmitir conhecimento aos alunos e orientá-los nestas circunstâncias tão difíceis. Mas é justo igualmente mencionar também os alunos e suas famílias, que se mantiveram sempre “ligados” a nós e motivados. Estão todos de parabéns!
Do ponto de vista pedagógico, o que mais valoriza neste ano letivo?
O mais importante é o amor à música e ao seu ensino e aprendizagem, o que faz com que todos os outros “milagres” aconteçam. A criatividade também é extremamente importante porque, nos tempos que correm, temos que nos reinventar quase a cada dia. O que fizemos com os alunos durante anos teve agora de ser repensado. A mudança pode ser desafiante e pode intimidar, mas também traz muitas coisas boas, que se podem usar e melhorar para o futuro.
O ano passado foi o ano da reorganização do Conservatório. Este ano já foi um ano em que foi possível crescer e melhorar a qualidade do nosso ensino?
Sim, tentamos sempre melhorar o nosso ensino, estamos constantemente a aprender. Com as condicionantes deste ano e consequentes adaptações e experiências que tivemos de fazer com nosso modo de ensinar, ainda aprendemos mais do que em anos “normais” e acabámos por ganhar novas ferramentas de trabalho, que certamente poderão ser usadas no futuro (preferencialmente sem pandemia!).
Está a pensar em quê?
Estou a pensar em ferramentas que temos agora e que nunca pensámos poder usar no passado, que já se estão a mostrar muito úteis no presente e que o serão, certamente, no futuro.
Como perspetiva o próximo ano letivo, o primeiro em que o Conservatório trabalha com o reconhecimento oficial do Ministério da Educação?
É verdade, o próximo ano letivo será o nosso primeiro ano a trabalhar com os planos de estudo oficiais. Apesar de o nosso modo de trabalhar, ensinar, avaliar, etc., ter sido sempre parecido com o do ensino dos Conservatórios públicos ou equiparados, ainda assim tivemos de adaptar e reorganizar cargas horárias e alguns aspetos do nosso plano de estudos. O facto de os nossos cursos agora passarem a ser oficialmente reconhecidos é para nós uma grande responsabilidade e, nesse sentido, sinto-me contente mas também consciente que teremos de estar sempre muito atentos e preparados para “arregaçar as mangas” e trabalhar bastante. Será um ano “piloto” e é possível que muitas coisas tenham de ser melhoradas.
Esse reconhecimento oficial, naturalmente, ajuda a aumentar a confiança no Conservatório da Metropolitana. Isso tem-se sentido ao nível das inscrições?
Em termos de inscrições, creio poder afirmar que estamos a ir bem. Depois do ano tão cansativo que tivemos, é bom ver como os nossos alunos foram tão rápidos a renovar as suas matrículas e como os novos alunos têm estado a “chegar”. O nosso objetivo em termos de alunos é crescer, chegar ao maior número de pessoas possível. Este ano vamos apostar especialmente nos cursos de iniciação. É bom e muito importante, em todos os aspetos, começar a ensinar e acompanhar as crianças desde cedo.
Como tem sido esta experiência na direção pedagógica do Conservatório de Música da Metropolitana?
Tem sido muito bom trabalhar no 3º andar, o andar das Direções, da Comunicação, da Produção, secretarias, etc.. Já faço parte da AMEC | METROPOLITANA desde 2002, mas como professora de flauta. ´Conhecia melhor o ponto de vista dos professores, dos alunos (que também fui, no Mestrado da ANSO), dos músicos (tendo também tocado várias vezes com a OML, como reforço), a vivência com os funcionários, com os pais, etc.. Mas agora, apesar de já antes ter um pouco essa noção, com esta experiência tenho ainda mais a certeza que a Metropolitana é, toda ela, composta por equipas fantásticas, pessoas criativas, prestáveis e ótimas nos seus trabalhos, sejam esses trabalhos quais forem. É uma grande casa/família com um potencial incrível. Já chegámos muito longe e, no futuro, o céu é o limite.