Os alunos da Escola Profissional Metropolitana e os músicos profissionais da Orquestra Metropolitana de Lisboa vão atuar juntos nos dias 1 e 2 de dezembro, no Teatro Thalia, em Lisboa, no espectáculo “Retratos da Dor”, interpretando obras de Anton Bruckner e de António Pinho Vargas.
“A ideia de juntar alunos e professores e formar uma orquestra de plano sinfónico faz parte da filosofia pedagógica de base que anima o nosso projeto”, afirma o Diretor Artístico da Metropolitana. Pedro Amaral sublinha que a Metropolitana “é uma orquestra e três escolas” e reforça esta iniciativa inédita que vai acontecer nos primeiros dois dias de dezembro. “Três vezes por ano, os alunos da Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO) já tocam com a orquestra profissional e formam três grandes projetos sinfónicos ao longo de cada temporada. Mas até ao momento, não tinha sido possível fazer isso com os alunos do ensino secundário da Escola Profissional Metropolitana”.
Chegou agora o momento. “Temos vindo a reforçar a componente pedagógica e a prática musical do ensino secundário”, nota Pedro Amaral, que acredita que “agora sim, é possível, os alunos do Secundário darem as mãos aos seus professores e formarem uma orquestra de dimensão sinfónica”.
“Retratos da Dor” lança o desafio de juntar a Sinfonia Nº 1 de Anton Bruckner, “um dos auges do grande romantismo germânico do século XIX” e a obra “Six Portraits of Pain”, considerada pelo Maestro Pedro Amaral “uma obra maior” do compositor português António Pinho Vargas.
“São obras de grande densidade”, reconhece o Diretor Artístico, que no entanto considera “muito importante para alunos de 15 e 16 anos poderem ter pela primeira vez na sua experiência a oportunidade de tocar na dimensão sinfónica, ao lado de músicos profissionais, muitos deles seus professores”.
António Pinho Vargas afina pelo mesmo diapasão e aplaude a iniciativa da Metropolitana. O compositor afirma que “é muito importante para jovens músicos ainda em formação partilhar a execução com músicos profissionais”. “A questão das obras e da sua complexidade, quer do ponto de vista poético ou dramático, quer do ponto de vista musical, pode favorecer uma compreensão da música em todo o seu âmbito expressivo que de outra forma, a tocar música de outro tipo, não se conseguiria”, afirma Pinho Vargas, de 66 anos.
O compositor português elogia o trabalho feito na Metropolitana, que “consegue entrecruzar a aprendizagem com a performance em todos os níveis da prepração musical” e diz-se muito “honrado” por voltar a ter uma obra sua interpretada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. “Ainda por cima, neste caso volto a ter um solista que já em 2014 tocou a peça, que é o Pavel Gomziakov, que é um músico de estatura mundial, e isso enche-me de contentamento”.
O duplo espetáculo acontece nos dias 1 (sexta-feira) e 2 (sábado) de dezembro, às 21h00, no Teatro Thalia, em Lisboa. Os bilhetes, com um custo unitário de 12 euros, estão à venda na Ticketline e nos locais habituais.