O número de músicos portugueses na Orquestra Metropolitana de Lisboa ultrapassou, pela primeira vez em 26 anos, o de músicos estrangeiros, o que confirma a importância do trabalho de formação de excelência da ANSO. É que um terço dos músicos profissionais da OML foram formados na casa.

| Onze dos 33 músicos da Orquestra Metropolitana de Lisboa são licenciados pela Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO), entidade de ensino superior politécnico reconhecida pelo Ministério da Educação desde 1993. Ou seja, um terço dos músicos profissionais da Metropolitana já são formados na casa. De acordo com os dados mais recentes, apurados no mês de setembro, o quadro de músicos da OML é composto por 17 homens e 16 mulheres, e, pela primeira vez, desde a sua criação, em 1992, o número de músicos portugueses (18) é superior ao de estrangeiros (15). Para Pedro Amaral, diretor artístico e maestro titular da Orquestra Metropolitana de Lisboa, estes números “espelham sobretudo uma importante mudança sociológica: há um quarto de século não havia em Portugal músicos profissionais suficientes e disponíveis para iniciar uma nova orquestra”. “Hoje, pelo contrário, temos uma quantidade extraordinária de jovens profissionais de elevadíssima qualidade, pelo que os concursos, na nossa e nas outras orquestras portuguesas, acabam por espelhar esta qualidade e abundância”, constata o maestro. Pedro Amaral observa, contudo, que “qualquer grande orquestra é um organismo cosmopolita que integra músicos de todas as proveniências, selecionados por concursos internacionais”. “Temos candidatos de todo o mundo e as nossas provas são realizadas com cortina, de modo a que o júri não possa escolher senão a partir de uma apreciação objetiva das qualidades técnicas e artísticas do candidato”, afirma. O diretor artístico da Metropolitana não esconde a satisfação pela evolução dos músicos da OML, até porque, como sublinha, “a Metropolitana é mais do que uma orquestra: é uma orquestra e três escolas, vocacionadas para o ensino do instrumento em função da prática coletiva“. “Os nossos licenciados são profissionais do mais elevado nível e é por isso que muitos dos nossos antigos alunos assumem hoje lugares de destaque em muitas orquestras dentro e fora de Portugal. Muitos deles sonham desde jovens vir um dia a integrar a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o que faz todo o sentido: uma grande orquestra é também uma “escola” técnica e estética, e o facto de um dos nossos alunos ganhar um concurso internacional e conseguir uma posição na nossa Orquestra representa o coroar de um ciclo pedagógico, lógico, virtuoso e natural”, conclui. | |