O compositor português António Pinho Vargas e o austríaco Anton Bruckner estão em destaque no CD lançado neste mês de dezembro, o terceiro de uma coleção que a Metropolitana e a Imprensa Nacional Casa da Moeda editam desde 2016.
A edição deste ano, gravada ao vivo no Teatro Thalia, inclui as obras Six Portraits of Pain, de António Pinho Vargas, e a Sinfonia Nº 1 em Dó Menor, WAB 101, de Bruckner, interpretadas pela Orquestra Metropolitana de Lisboa (com a Orquestra Clássica Metropolitana) com o violoncelista Pavel Gomziakov e a direção do maestro Pedro Amaral.
Para o diretor da Unidade de Publicações da Imprensa Nacional (IN), “esta parceria tem corrido muito bem”. “A nível artístico e musical são discos de boa qualidade, com intérpretes muito bons, repertório variado e boa qualidade de gravação”, afirma Duarte Azinheira, para quem o facto de “a programação envolver sempre compositores portugueses e/ou solistas portugueses e, claro, uma orquestra portuguesa” é “determinante” para uma editora pública como a IN.
“Neste ano temos uma peça de um grande compositor português ao lado de uma sinfonia do mestre austríaco Anton Bruckner. Uma orquestra portuguesa de profissionais, mas também uma orquestra de formação. Um brilhante compositor e maestro português e, por fim, um violoncelista russo de nível mundial já praticamente adotado pelo público português”, destaca o diretor editorial da Imprensa Nacional.
O diretor executivo da Metropolitana corrobora do balanço feito. “A Imprensa Nacional entendeu bem a proposta que lhe fizemos há três anos, que visava a valorização do património musical e dos artistas e orquestras portugueses. Pela nossa parte, mantemos a determinação de alargar a nossa missão artística e pedagógica através do registo discográfico de interpretações da OML”, defende António Mega Ferreira.
Sublinhando que “o apoio de entidades como a Imprensa Nacional é indispensável para levar mais longe o trabalho da Metropolitana”, Mega Ferreira diz que a parceria é para continuar. “Mantendo a presença de músicos a Metropolitana numa temporada de música de câmara que se vem desenrolando na Biblioteca da Politécnica, a participação na cerimónia de apresentação da programação editorial da Imprensa Nacional através de um concerto excecional, normalmente realizado nas instalações industriais da empresa”, explica.
Duarte Azinheira concretiza que “anualmente ocorrem seis recitais inteiramente gratuitos e um concerto integrado na apresentação do Plano Editorial da empresa, também gratuito. A associação à Metropolitana é um projeto acarinhado pela INCM, mas também pelo público”.
O responsável editorial revela ainda “um projeto para a edição de uma integral das sinfonias de Brahms, que parece a primeira gravação feita por uma orquestra portuguesa”.
Também António Mega Ferreira está entusiasmado com a ideia: “Por incrível que pareça, não existe qualquer registo disponível de uma orquestra portuguesa a tocar as quatro sinfonias do compositor alemão, pedra angular do repertório sinfónico do século XIX”.
O diretor executivo da Metropolitana conclui com duas perguntas: “O que nos trouxe esta parceria? Compreensão, apoio financeiro à produção, prestígio e reconhecimento público. O que se pode querer mais de uma boa parceria?”