Vencedora ex-aequo do Prémio Fundação Inatel 2022, Daniela Cortez toca hoje o seu fagote no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, num concerto que tem início às 21h00, e que se repete no sábado, às 21h30, na Lourinhã. A Metropolitana interrompeu o último ensaio e falou com a música a poucas horas da sua consagração.
Tem 32 anos, vem do Chile, onde “nada é fácil, muito menos estudar música”. Chegou a Portugal em 2019 para estudar na Metropolitana. “Tenho aprendido muito, tenho crescido muito. Tenho desfrutado muito”, sublinha a música, que ganhou ex-aequo o Prémio Fundação Inatel 2022.
O concerto de consagração decorre esta sexta-feira à noite, 21h00, no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa (Campus de Campolide), com o programa Quarta de Schumann, tocado pela Orquestra Académica Metropolitana (OAM), dirigida por Jean-Marc Burfin.
Para além da Sinfonia n.º 4 de Schumann e da estreia da obra Reminiscência, encomendada pela Metropolitana ao ex-aluno da ANSO Francisco Lima da Silva, o concerto desta sexta-feira conta com o Concerto para Fagote, de Mozart, interpretado por Daniela Cortez.
“É uma obra do repertório básico de fagote, que se pede sempre em concursos, e que comecei a estudar há cerca de cinco anos”, afirma Daniela Cortez, acrescentando que é uma peça “muito difícil”. E explica porquê. “Requer muita maturidade. Tem muitos pormenores de frases que Mozart escreveu muito bem e que têm de ser amadurecidas na cabeça do músico, para que fiquem bonitas. Não é uma peça para estudar e tocar logo. É preciso repousar, ter clareza mental sobre o que se está a tocar”, explica Daniela, que tem sido ajudada pela professora da Metropolitana Vera Dias.
“Espero que este concerto seja o culminar de um trabalho longo. Espero desfrutar do trabalho e do estudo. E, claro, espero que as pessoas gostem. Que curtam o momento”, afirma, entre sorrisos, a música premiada, que já aprendeu “algumas palavras que se usam em Portugal”.
Do Chile, de onde chegou há três anos, traz memórias difíceis. “Lá não é fácil estudar, muito menos estudar música. Não é fácil encontrar bons professores”, concretiza. Talvez por isso, Daniela sempre tenha sentido dificuldade em acreditar nas suas potencialidades.
“Este Prémio da Fundação Inatel deu-me segurança e confiança nas minhas próprias capacidades. Sou mais velha do que os meus colegas e o meu percurso não ajudou. Sempre duvidei das minhas competências. O prémio veio ajudar-me”, sublinha a solista, que acrescenta ser hoje “uma mulher mais segura”.
“Desistir da música nunca foi opção, mas estou hoje mais segura que a música é a minha vida”, conclui.