Acabaram as férias! Sabemos que as saudades já eram muitas, mas está na altura de as matar. Este domingo, às 17h00, no CCB, arranca a Temporada 2022/23 da Orquestra Metropolitana de Lisboa, com o Concerto Inaugural. Venha connosco nesta viagem de sonho, em que tudo faz mais sentido se não estivermos sozinhos.
“É um concerto muito especial por várias razões. Em primeiro lugar, é o nosso pontapé de saída para esta temporada, a segunda que assinala os nossos 30 anos. Queremos que este seja um grande início, um reencontro entre todos”, afirma o maestro Pedro Neves, o diretor artístico da Metropolitana.
Fôlego e energia são os requisitos essenciais para este arranque, com “um programa muito especial”, o primeiro da série dedicada este ano a Beethoven e Brahms”. “Vamos fazer a interpretação da Primeira Sinfonia de Beethoven e vamos fazer a interpretação de um andamento da Décima Sinfonia de Beethoven, que já não foi feita por ele, mas a partir das notas, dos rascunhos e das ideias que deixou para a concretização de uma décima sinfonia”.

Pedro Neves considera que “essa particularidade de se poder comparar a primeira e a última sinfonia que idealizou é um aspecto muito interessante, porque o público vai poder escutar estes dois extremos do repertório”.
O programa completa-se, na opinião do diretor artístico da Metropolitana, com “uma das obras mais geniais da história da música, que é o Concerto para Violino de Brahms, que para o grande público é sempre um momento marcante”.

A nova temporada, que agora começa, tem ainda um sinal de festa, já que até dezembro continua a comemorar os 30 anos da Metropolitana. “Vamos continuar a revisitar os grandes artistas, conceitos, colaboradores, que nos ajudaram a percorrer este caminho de que tanto nos orgulhamos”, explica Pedro Neves.
O maestro garante que a OML que “reforçar o papel relevante que já tem na sociedade portuguesa”. “A última temporada já teve esse objetivo e acho que bem concretizado: a aproximação da Metropolitana à sociedade civil, o reforço dos laços com os portugueses”. Solidificar o projeto Metropolitana é, pois, o grande objetivo para esta nova temporada, “para que o trabalho que é feito nesta casa seja cada vez mais conhecido por todos”.
Para esta temporada, Pedro Neves programou um conjunto de propostas que assentem em “colunas vertebrais” bem definidas. Para além do ciclo Beethoven e Brahms, de que já falámos, e onde se integra o Concerto Inaugural deste domingo, vai haver um núcleo dedicado à voz. “O ciclo De Viva Voz, que pretende ser um posicionamento da Metropolitana perante o seu público, vai apresentar vários programas em que a voz é o elemento principal nas suas várias vertentes, como por exemplo a voz do solista, a voz da participação de um coro, a voz de um comentário, a voz como dramaturgia”, enumera.
Um outro núcleo da programação da nova temporada aposta na orquestra e nos seus músicos como elemento principal. De que forma? Pedro Neves explica: “É uma série de concertos, à qual chamámos Concertantemente, em que a orquestra e os músicos serão o ponto fulcral. Concertos para solistas, concertos em que a própria orquestra é, ela própria, solista. É de alguma forma a continuidade do ciclo dos 30 anos da temporada passada”.
O diretor artístico tem um objetivo: que a temporada seja capaz de, para além de atrair público, de “potenciar toda a qualidade artística e humana que existe na Metropolitana”.
Na proposta da OML para 2022/2023 consta ainda uma série de concertos para o público mais jovem, no qual serão apresentados “vários contos com música” e “outras histórias sem música”, que tem uma particularidade interessante: “são os próprios músicos da orquestra a contar essas histórias”.
“A música de câmara vai ser um reflexo destes quatro pilares essenciais: a cada núcleo vai corresponder uma semana de música de câmara. Ou seja, vamos ter uma semana de música de câmara dedicada a Beethoven, outra a Brahms”, conta Pedro Neves, que acrescenta que também o núcleo “De Viva Voz” terá reflexo nos pequenos ensembles de música de câmara “espalhados um pouco por toda a cidade de Lisboa”.
As crianças, uma vez mais, não foram esquecidas. “Vamos ter música de câmara adequada ao público jovem, que vai decorrer principalmente no Lu.Ca – Teatro Luís de Camões”, explica o responsável, que destaca ainda o ciclo de música de câmara a decorrer no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA).
“No fundo há uma coerência muito grande entre a música orquestral e a música de câmara, que é sempre muita cara aos músicos da Metropolitana”, concluiu.