Carlos Araújo não esquece os tempos que estudou na Academia Nacional Superior de Orquestra, mas agora os seus voos são outros. O jovem acaba de conquistar o lugar de 2.ª Flauta na Filarmónica de Regensburg.

O flautista português Carlos Araújo, licenciado pela ANSO, onde estudou entre 2012 e 2015, ganhou o lugar de 2.ª Flauta na Filarmónica de Regensburg, cidade da Baviera, depois de um longo e complexo processo de seleção. “Tive de participar no dia 26 de maio numa pré-seleção destinada principalmente para estudantes. Fui apurado para uma segunda ronda e, posteriormente, para uma prova principal, que decorreu no dia seguinte”, conta à Metropolitana o jovem músico, que recordou o momento em que passou à fase final “com outros dois flautistas”. “Após termos tocado o repertório exigido, o júri ficou algum tempo a reunir e depois chamaram os candidatos e comunicaram que eu tinha conquistado o lugar”, explica Carlos Araújo, que ficou “muito feliz” com a escolha.
Tendo deixado a ANSO em 2015, o músico não esquece “o papel fundamental” que a Metropolitana teve na sua formação. “Eu comecei tarde e quando cheguei à ANSO estava claramente abaixo do nível médio, comparativamente aos meus colegas”, reconhece. Por isso, Carlos Araújo diz que deve muito “aos professores espetaculares e muito pacientes” que teve. “Todos tiveram uma grande influencia em mim, mas devo realçar o grande flautista e professor Nuno Inácio, mas também devo muito ao maestro Jean-Marc Burfin, que me proporcionou aquela que foi para mim, até hoje, a melhor formação que tive em como tocar numa orquestra”, justifica.

Carlos Araújo recorda ainda os “amigos e colegas”, que o inspiraram muito. Mas não só. “Devo muito à minha namorada, Catarina Koppitz, que conheci durante os meus estudos na ANSO e, ao fim e ao cabo, foi a pessoa com a maior e mais positiva influência durante todo o meu percurso”, enfatiza.
Licenciado pela ANSO, fez uma pós-graduação em Madrid, com os professores Jacques Zoon e Salvador Martinez-Tos e, a partir de 2017, um Mestrado em Koln, com o professor Robert Winn. “Perto do final dos meus dois anos de Mestrado, em junho de 2019, ganhei uma prova para ser academista (estagiário) durante um ano na Nordwestdeutsche Philharmonie em Herford”, recorda. Graças a este estágio, começou a “receber mais convites para provas que se destinavam a trabalhos fixos ou temporários em orquestras alemãs”. Entretanto, finalizou o seu Mestrado e, em novembro de 2020, começou um segundo mestrado, desta feita em Orquestra, em Essen, com a professora Anne- Catherine Heinzmann.
Já passaram seis anos desde que o jovem músico saiu de Lisboa, mas o flautista Nuno Inácio, que foi seu professor na ANSO, lembra-se bem da sua qualidade. “O Carlos é um exemplo da qualidade que cultivamos na Classe de Flauta da ANSO. Trabalho árduo e metódico, combinados com resiliência e saudável ambição, surtem o feliz resultado que constatamos”, afirma Nuno Inácio.