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Concerto de Carnaval

Desde há meio milénio, as orquestras aproximam pessoas e criam vínculos sociais. É bom lembrar, porém, que só nos últimos dois séculos foi instituído o conceito de Repertório Orquestral. Este deu origem a um filão inesgotável de Obras Musicais, mais ou menos monumentais, mais ou menos geniais, mas sempre com assinatura de autor, pretensamente intemporais, pensadas para serem ouvidas com atenção exclusiva (escutadas), como se nos transmitissem uma qualquer verdade ou revelassem uma singular beleza que transcende as banalidades do dia a dia.

Mas tudo isto não faz esquecer que Música também é Festa e que, desde sempre, ritualiza momentos que até mesmo as sociedades mais modernas e seculares não dispensam de celebrar em franca comunhão. No que respeita às orquestras, as celebrações mais populares vinham sendo os concertos da Páscoa, do Natal e do Ano Novo. Até que, em 2019, a Orquestra Metropolitana de Lisboa resolveu inovar. Porque não, fazer-se um Concerto de Carnaval? A ideia está aí. E parece que veio para ficar.

Afinal, se é para brincar, que se brinque também «à séria». Quer isto dizer: com Música Clássica. Seja com Smetana ou Dvořák, Falla ou Brahms, Claudio Carneyro, Sibelius, Hellmesberger, Josef Strauss… Arturo Márquez… Muitas vénias! Agora… é tempo de inversões e suspensões. Vire-se tudo às avessas – desde que não falte boa música. Para isso, contamos com todos. Haja quem toque e quem ouça. Haja mil carnavais!

 

Rui Campos Leitão