O tempo é uma característica que passa facilmente despercebida no fenómeno musical. Porém, a música acontece numa continuidade dinâmica e proporciona, desse modo, experiências que outras artes não oferecem. Hoje em dia temos o cinema. Mas se recuarmos até ao século XVIII, as partituras que nos chegaram são documentos de valor inestimável para quem sonha viajar até ao passado e recriar um tempo em que ressoam vivências distantes. É assim possível acompanhar lado a lado um passeio do Rei Jorge I da Grã-Bretanha ao longo do Tamisa, no coração da cidade de Londres. Transportados a esse ano de 1717, ouve-se a suíte da Música aquática de George Frideric Händel conforme foi originalmente tocada. Podemos depois reconstruir um concerto para violino cujos primeiro e último andamentos Johann Sebastian Bach reconfigurou num dos concertos para cravo que tocou nas tertúlias do Café Zimmermann de Leipzig, duas décadas mais tarde. Por fim, com a primeira das sinfonias de Ludwig van Beethoven, avançamos até 1800 e à cidade de Viena, numa altura em que as tropas de Napoleão ameaçavam toda a Europa.
Viagem no Tempo – De Bach ao Jovem Beethoven
Orquestra Metropolitana de Lisboa
G. F. Händel Música Aquática, partes das Suítes II e III, HWV 349/350 (versão da primeira execução da obra)
J. S. Bach Concerto para Violino em Sol Menor, BWV 1056R
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 1, Op. 21
Enrico Onofri violino e direção musical
