A Quinta Sinfonia será a mais «delicada» das sinfonias de Franz Schubert. Data de 1816 e combina admiravelmente a jovialidade de um músico com dezanove anos de idade e a precoce maturidade artística de um dos maiores compositores de sempre. À semelhança das anteriores, procura moldar-se sem surpresas na herança dos clássicos, uma preocupação que se desvela em particular no terceiro andamento, tão grandes são as afinidades com o Minueto da Sinfonia N.º 40 de Mozart. É, portanto, uma obra serena, que não se precipita em efeitos aparatosos e que se instala de princípio ao fim num registo bem humorado. Neste programa, junta-se-lhe o concerto para trompete de Johann Nepomuk Hummel, o músico que sucedeu a Joseph Haydn na corte dos Esterházy. Trata-se, precisamente, de uma das obras que foi tocada no primeiro dia de 1804 no contexto do banquete público que também assinalou a entrada formal de Hummel ao serviço do príncipe Nikolaus II. Distingue-se por ter sido escrita para o (então) moderno mecanismo de chaves da trompete de Anton Weidinger, para quem também Haydn tinha composto um concerto, sete anos antes.
Schubert e Hummel
Orquestra Metropolitana de Lisboa
J. N. Hummel Concerto a tromba principale
F. Schubert Sinfonia N.º 5, D. 485
João Moreira trompete
Evandro Matté maestro