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Fernando Lopes Graça iniciou a sua colaboração com Michel Giacometti em 1959, da qual resultariam os célebres álbuns da Antologia da Música Regional Portuguesa, na década seguinte. Será esta, porventura, a faceta mais conhecida do músico junto de um público familiarizado com a apropriação explícita de canções tradicionais nas Melodias Rústicas Portuguesas ou noutras composições que assinou. Assinala-se, porém, uma coincidência temporal curiosa. Foi a partir de segunda metade da década de 1950 que surgiram algumas das obras mais importantes do seu catálogo, as quais, por sinal, se afastam manifestamente dessa prática. Nessa vertente, Lopes Graça desenvolveu um estilo de escrita mais experimental, de que resultaram obras como As Mãos e os Frutos, Canto de Amor e de Morte e este mesmo Quarteto de Cordas N.º 1, datado de 1964. Prossegue aí os fundamentos formais da tradição clássica, mas com uma sonoridade moderna que converge com duas outras grandes figuras daquela época, Bartók e Schostakovich. Neste programa dos Solistas da Metropolitana, converge ainda com o segundo dos três quartetos de cordas que Ludwig van Beethoven compôs em 1806 para o conde Andréi Razumovsky, então embaixador russo em Viena. São precisamente as raízes culturais do diplomata que explicam que – neste caso, sim – possamos reconhecer a apropriação de uma melodia tradicional na partitura. Trata-se de uma canção de louvor ao sol que sobressai a meio do terceiro andamento.
SOLISTAS DA METROPOLITANA
F. Lopes Graça Quarteto de Cordas N.º 1, LG 84
L. van Beethoven Quarteto de Cordas N.º 8, Op. 59/2, Razumovsky
José Pereira violino
Joana Dias violino
Joana Tavares viola
Catarina Gonçalves violoncelo
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