Os três quartetos de cordas de Brahms demonstram bem a tensão que vinca todo o seu percurso artístico, entre a expectativa de dar seguimento à tradição clássica e o imperativo da originalidade tão valorizada no século romântico. Nesse sentido, o Quarteto de Cordas N.º 1, completado em 1873, faz várias alusões a música do passado, mas sempre com identidade própria. Contrastante, segue-se o Quarteto com Piano N.° 3 com origem em 1855, numa altura em que o estado de saúde de Robert Schumann impressionava bem de perto o jovem músico. Foi nessa altura que compôs esta obra. Não espanta, por isso, a disposição depressiva e melancólica que nela trespassa, em particular no primeiro e último andamentos.
Quartetos
Solistas da Metropolitana
J. Brahms Quarteto de Cordas N.º 1, Op. 51/1
J. Brahms Quarteto com Piano N.° 3, Op. 60
Alexêi Tolpygo, Ágnes Sárosi violinos
Irma Skenderi viola
Ana Cláudia Serrão violoncelo
Alexei Eremine piano
