«A minha primeira professora foi a chuva. Eu escutava as gotas. Foram as primeiras notas breves e redondas no meu imaginário de criança. Depois veio o sol.» É esta a primeira frase que se lê no Sítio Web oficial da violinista Patricia Kopatchinskaja. Já se depreende, portanto, que a Orquestra Metropolitana de Lisboa assinala este seu 29.º aniversário na companhia de uma solista muito especial. O seu compromisso com a espontaneidade diante da música é absoluto, o que faz das suas apresentações públicas encontros irrepetíveis. Irá interpretar duas obras concertantes de dois compositores húngaros que juntou num CD que lhe valeu em 2013 a distinção do Prémio Gramophone para Melhor Disco do Ano. Primeiro, toca Seven de Péter Eötvös, uma obra de 2005 que serve de memorial para o acidente do vaivém espacial Columbia que em 2003 se desintegrou ao reentrar na atmosfera terrestre. Depois, o espetacular Concerto para Violino N.º 2 de Béla Bartók. Composto em finais da década de 1930, divide-se em três andamentos arrebatadores que fundem a música tradicional daquele país com as sonoridades modernistas da época. Bem a propósito, serão interpretadas pelo meio as cinco danças orquestrais que Zoltán Kodály dedicou à sua cidade natal, Galanta, situada a meio-caminho entre Viena e Budapeste.
Memorial – Concerto de Aniversário da Metropolitana
Orquestra Metropolitana de Lisboa
P. Eötvös(*) Seven, Memorial aos astronautas do vaivém Columbia
Z. Kodály Danças de Galanta
B. Bartók Concerto para Violino N.º 2
Patricia Kopatchinskaja violino
Pedro Amaral maestro
(*) Artista Associado à Temporada de Música da Metropolitana 2020/2021