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Danças e Canções

Museu do Oriente
Sáb 27 Jan 17:00
Entrada Livre

Na música de tradição clássica destaca-se muito a figura do compositor. O músico intérprete é relegado para a categoria de fiel intermediário. Esquecemo-nos, porém, que muitas grandes obras estão ligadas a grandes intérpretes que, por vezes, são «razão de ser» das mesmas. Neste programa ecoam dois agrupamentos que em diferentes épocas muito contribuíram para a promoção da música de câmara em Portugal. Em 1957, o Quarteto de Lisboa era formado pela violinista Leonor Prado, o violinista François Broos, o violoncelista Mario Camerini e a pianista Nella Maïssa. Foram estes os músicos que estrearam nesse ano o Quarteto com Piano de Joly Braga Santos em Würzburg, na Alemanha. De um só fôlego, a partitura desenrola-se na recorrência cíclica das ideias melódicas apresentadas de início. Destaca-se a exuberância com que os quatros instrumentos se enredam, ora sobrepondo-se sincronamente ora articulando uma conversa aparentemente desalinhada em que impera o entusiasmo e a impaciência. Já em 1980 surgiu o Opus Ensemble, formado pelo oboísta Bruno Pizzamiglio, pela violetista Ana Bela Chaves, pelo contrabaixista Alejandro Erlich Oliva e pela pianista Olga Prats. Este programa inclui três obras que lhe são dedicadas. Desde logo, Geórgicas, conjunto de oito pequenas peças compostas por Fernando Lopes Graça em 1987 e inspiradas no pendor bucólico dos versos homónimos do poeta romano Virgílio. A estreia aconteceu no Cine-teatro de Tomar no dia 14 de dezembro de 1991, ocasião que celebrava o 85.º aniversário do compositor. Já em 2005, Eurico Carrapatoso celebrou com Cantigas de Alba outro aniversário, desta vez o 25.º do próprio Opus Ensemble. Em 2019 produziu esta nova versão. São tês peças de expressão despojada e assumidos laivos da nossa música tradicional. Recuamos, por fim, a 1984, para recuperar a Suíte de Danças de Joly Braga Santos. Distingue-se a última destas três danças – Tarantela –, uma das páginas mais exultantes de todo o nosso repertório camerístico. A estreia aconteceu no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, em 1986. É agora a vez dos Solistas da Metropolitana.

 

Danças e Canções
Solistas da Metropolitana

Joly Braga Santos Quarteto com Piano
Fernando Lopes Graça Geórgicas
Eurico Carrapatoso Cantigas de Alba
Joly Braga Santos Suíte de Danças

Carla Pereira oboéNonna Manicheva violinoAndrei Ratnikov viola,  Alessio Cunha violoncelo, Vladimir Kouznetsov contrabaixoSavka Konjikusic piano

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