«Albion» era o nome que na Antiguidade se dava à Grã-Bretanha. É aqui evocado a propósito de um programa composto por obras de dois compositores ingleses, os quais, apesar de separados por um século, coincidem da circunstância de terem vivido fora do país de origem a maior parte das suas vidas. Frederick Delius, figura de referência da música inglesa em finais do século XIX e no primeiro quartel do século XX, radicou-se em França. Ainda assim, o concerto para violoncelo que concluiu em 1921, aos 59 anos de idade, foi iniciado perto de Londres, no cenário primaveril de um jardim repleto de flores. É uma obra em que o drama e o virtuosismo técnico dão lugar a uma disposição impressionista, quase declamativa, em que se fundem solista e orquestra. Transportados assim até ao nosso tempo, temos a oportunidade de ouvir a estreia do mais recente trabalho de Christopher Bochmann, compositor que reside em Portugal há mais de 40 anos. Desta feita, Bochmann responde ao desafio lançado pela Metropolitana para, à semelhança do Concerto para Orquestra de Béla Bartók, explorar a excelência dos naipes da OML com o recurso de uma escrita concertante.
Albion – Do Impressionismo à Modernidade
Orquestra Metropolitana de Lisboa
F. Delius Concerto para Violoncelo e Orquestra, RT VII/7
C. Bochmann Concerto para Orquestra (obra em estreia *)
Jian Hong violoncelo
Pedro Neves maestro
* Encomenda Metropolitana