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Miguel Sepúlveda ganha Prémio Jovens Músicos e dirige já hoje concerto com a OML

“Honrado” e “nervoso”, o antigo aluno da Metropolitana tem hoje a sua prova de fogo no auditório da Gulbenkian, dirigindo os profissionais que o inspiraram a gostar de música clássica. O concerto é às 21h00 e a entrada é gratuita.

“Como é que me sinto?”, pergunta Miguel, 24 anos, entre sorrisos. “Olhe, sinto-me como aquele miúdo que fica sozinho em casa e que desata a experimentar as roupas do pai — e todas lhe ficam grandes”.

Está dado o mote para o concerto desta noite no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. Um programa que Miguel sonhava dirigir, mas que não sabia se lá chegaria. O resultado chegou, finalmente, ontem: a organização dos Prémios Jovens Músicos 2022, assinada anualmente pela Antena 2, atribuiu-lhe o prémio de direção de orquestra.

“Foi um sentimento misto, confesso. Quando soube que tinha conquistado o prémio, fiquei aliviado, porque a ansiedade era muita, e nervoso, porque a responsabilidade passa a ser muita”, diz divertido.

De um dia para o outro, ficou com a criança nos braços. Salvo seja. De um momento para o outro, chegou à “piscina dos grandes”. “Dirigir uma orquestra profissional constituída por músicos tão talentosos como estes, a maior parte dos quais foram uma inspiração para mim, é um sonho, mas não escondo que é também um friozinho na barriga”, afirma Miguel ao site da Metropolitana.

Sepúlveda é um “produto da casa”. “Entrei na Escola Profissional Metropolitana no meu 10.º ano. Foi um banho de imersão incrível, porque tive de aprender tudo muito rapidamente. Eu vinha apenas de umas aulas privadas de piano e, de repente, vi-me submerso em todo o universo da música clássica”, descreve.

Seguiu-se um ano no Conservatório e, logo a seguir, a licenciatura em direção de orquestra na Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO), a instituição de ensino superior da Metropolitana. “Foram anos incríveis. Ainda por cima porque tive a oportunidade de aprender com esse ativo incrível que espero que a Metropolitana nunca perca, chamado Jean-Marc Burfin”, sublinha.

Esta manhã, Miguel fez o único ensaio geral com a OML, até porque não houve tempo para mais. “Correu muito bem, porque a música é uma linguagem universal. O ensaio geral serve exatamente para corrigir erros, limar arestas. Foi o que aconteceu”, afirma o maestro.

Maestro? Miguel Sepúlveda já se sente maestro? O jovem ri-se da pergunta. “Tenho de me sentir, não é? Quando chega o momento de pisar o estrado, esteja como estiver, tenho de me sentir”, conclui.

À sua frente, o Prémio Jovem Músico 2022 terá a Orquestra Metropolitana de Lisboa a interpretar as Danças Concertantes, de Stravinsky, e o Concerto para Violoncelo de Schumann, com o solista João Pedro Gonçalves, também ele um antigo estudante da ANSO, e que foi premiado no ano passado com o galardão da Antena 2.

“É um prémio muito importante para mim e para a minha carreira”, contou João Pedro, no ano passado, ao nosso site. Também ele antigo aluno da EPM e da ANSO, o músico, que seguiu posteriormente para Bruxelas para nova licenciatura, recorda os tempos vividos na Metropolitana.

“Era quase a minha primeira casa, pois era onde estava desde manhã até à noite, por gosto claro, e com a vontade de aprender e estudar cada vez mais forte. Foi lá que aprendi grande parte daquilo que sei hoje e que tive oportunidades incríveis”, contou.

Quem não se esquece do violoncelista é Ana Cláudia Serrão, que foi sua professora na ANSO. “Desde o início que o talento e genuinidade do João se mostraram evidentes. A sua capacidade de trabalho, vontade de aprender, amor pela música e pelo violoncelo têm-no conduzido num percurso que é um verdadeiro motivo de felicidade e orgulho. Apesar da tenra idade, vejo já um músico completo e especial, resultado do seu brilhantismo e características humanas. É uma alegria contemplar o seu sucesso!”, concluiu.

Esta noite, Miguel Sepúlveda e João Pedro Gonçalves estarão em funções diferentes. Mas em comum carregam o amor à música e os tempos de aprendizagem vividos na Metropolitana. “Ficam para sempre”, garante o jovem maestro.

O concerto começa às 21h00 e tem entrada livre, no Grande Auditório da Gulbenkian.