O evento estava sonhado há muito, mas só agora foi possível concretizar. A internacionalização da Metropolitana continua a dar os seus frutos. Desta quinta-feira a sábado, quatro grandes especialistas dos metais reúnem-se em Lisboa para “dar mundo” aos alunos da Metropolitana.
Trompete, trombone, trompa e tuba. Os metais estão em força por estes dias na Metropolitana. Os Brass Days 2022 reúnem desde esta quinta-feira quatro grandes especialistas internacionais em quatro masterclasses destinadas aos alunos da Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO), mas onde os alunos da Escola Profissional Metropolitana (EPM) também podem participar como ouvintes.
Bruno Nouvion (ex. Prof. CNSMD Paris/Solista Orq. Radio France), Ignácio García (HMT Rostock/Solista Staatskapelle Berlin), Sebastiaan Kemner (Royal Conservatoire De Hague) e Alessandro Fossi (Conservatorio Claudio Monteverdi – Bolzano) são os quatro professores que estão, ao longo destes dias, a “ministrar uma formação mais intensiva aos alunos”.
“O Brass Days é o culminar de uma ideia já longínqua, que todos nós, no departamento de Metais da Metropolitana, já tínhamos equacionado e que tinha sido até agora inviável de concretizar, até porque tinha sido impossível contar com a presença de alguns dos nossos parceiros internacionais no âmbito de Erasmus”, explica Rui Mirra, professor da ANSO e coordenador artístico do Brass Days.
´“O Erasmus permite, para além da mobilidade entre alunos e professores, esta partilha de experiências entre vários países. Na ANSO queremos muito intensificar esse movimento. Nesta primeira edição dos Brass Days conseguimos reunir grandes nomes internacionais, grandes personalidades artísticas que estão a ser uma mais-valia para os nossos alunos”, sublinha o responsável
A adesão e a participação dos alunos “foram muito satisfatórias”. “Além de formações dedicadas ao ensino superior, decidimos abrir estas masterclasses ao ensino profissional. Portanto, os alunos da EPM têm podido estar presentes nas formações como ouvintes”.
Depois dos dois primeiros dias de masterclasses, o evento termina no sábado, às 18h00, no Teatro Thalia, com o concerto final, que tem diferenças em relação ao que é feito neste tipo de organizações. “Quisemos fugir um bocadinho ao padrão habitual destas coisas. Habitualmente, quando se tem convidados internacionais, o concerto final é simplesmente uma apresentação desses artistas”, explica o responsável.
Rui Mirra prefere valorizar a simbiose entre alunos e professores. “Nós quisemos envolver toda a comunidade de metais da ANSO e, como tal, quem for ver esse concerto terá oportunidade de assistir a todo o trabalho que aqui é desenvolvido, nomeadamente a nível camarístico. Quase todas as nossas formações vão participar neste concerto. Teremos o agrupamento de maior dimensão, que é o Enssemble de Metais da Metropolitana, que neste concerto vai ser dirigido pelo Professor Reinaldo Guerreiro”.
Rui Mirra explica que os alunos “irão interpretar três obras ao longo do concerto”. “Depois, os nossos artistas convidados terão oportunidade de se apresentar a solo com agrupamentos mais pequenos, nomeadamente quartetos e quintetos de metais”.
O docente da ANSO não tem dúvidas que “será um concerto muito variado e com muita energia e uma panóplia de estilos”, que permitirá também “demonstrar as capacidades desta família de instrumentos”.
“Apesar de a nível nacional, o nosso trabalho ser já muito reconhecido, lá fora esse reconhecimento ainda não é total, como é natural. Portanto, eventos como este podem permitir isso. Este estreitar de relações com os nossos parceiros vai dar-nos outro tipo de visibilidade, mas também permitem um contacto direto dos nossos alunos com professores internacionais, numa perspetiva do prosseguimento dos seus estudos”, conclui Rui Mirra.