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Tchaikovsky e A Bela Adormecida

Piotr Ilitch Tchaikovsky foi convidado em 1888 para compor a música de um novo bailado, agora destinado ao Teatro Mariinsky de São Petersburgo com coreografia de Marius Petipa. Olhando para trás, o músico tinha ainda bem presente a experiência d’O Lago dos Cisnes, um trabalho de 1877 que, apesar do sucesso que tem hoje, foi recebido com desagrado na ocasião da estreia. Uma vez mais, era-lhe proposto um enredo fantasioso: baseava-se num conto intitulado «A Bela Adormecida no Bosque» que o escritor francês seiscentista Charles Perrault incluiu na célebre coletânea «Contos da Mãe Ganso». Desta vez, o sucesso foi imediato.

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A Bela Adormecida é um dos contos de fadas mais conhecidos de sempre. Entre as versões mais célebres contam-se a dos Irmãos Grimm, publicada em 1812, e o clássico da Disney, de 1959. No seu dia de batismo, a princesa Aurora recebia como dons das suas fadas madrinha as virtudes da beleza, da inteligência, da bondade, da riqueza… Havia, porém, Carabosse, uma fada malévola que não fora convidada e que, sentindo-se ultrajada, decidiu aparecer pelo meio para se vingar. A maldição ditava que a jovem morresse ao picar-se num dedo quando atingisse os dezasseis anos de idade. À única fada que ainda não concedera a sua graça restava a opção de acrescentar um feitiço que permitisse remediar tal sorte. Assim, a morte converteu-se num sono profundo do qual a jovem só despertaria ao receber um beijo de amor. O rei tudo fez para afastar a filha do perigo, mas não conseguiu evitá-lo. Depois do prólogo, já no primeiro ato, a jovem Aurora exibe a sua beleza num baile concorrido por muitos pretendentes. Surge então Carabosse, disfarçada, para lhe oferecer o ramo de rosas que precipita a concretização da profecia. Passaram 100 anos até que, no segundo ato, o príncipe Désiré termina por quebrar o feitiço. Na festa de casamento do terceiro ato, e por entre danças de todo o género e feitio, festeja-se o tão esperado «felizes para sempre».

Em muitos momentos, a música de Tchaikovsky remete para o imaginário das antigas monarquias francesas, com ritmos de dança a condizer. Nesse sentido, o excerto mais evidente é o Presto final, a melodia de um antiga marcha francesa de louvor ao rei Henrique IV. Mas há muitas outras melodias que se destacam pela beleza e pela popularidade que gozam nos nossos dias. Ao longo dos sucessivos momentos musicais que se destacam ao longo do bailado, sobressaem sempre melodias generosas e um aparato orquestral que se tornou imagem de marca dos compositores russos.

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