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Os Músicos de Frederico O Grande

Frederico O Grande foi um político brilhante, um estratego militar de exceção que conseguiu transformar a Prússia numa das maiores potências europeias da sua época. Mas foi também um homem culto, que soube manter junto de si grandes músicos ao longo de toda a vida. Entre outros, acham-se nessa lista os nomes de Johann Gottlieb Graun, Franz Benda e Carl Philipp Emanuel Bach, o segundo filho de Johann Sebastian.

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O príncipe herdeiro do Reino da Prússia superou a adversidade de seu pai opor-se a tudo o que o afastava da mais elementar formação de um valente soldado. Com efeito, as artes não eram prioridade de Frederico Guilherme I, ao ponto de ter dissolvido a Orquestra da Capela da Corte em 1713. Mas Frederico II (mais tarde O Grande) cedo cultivou o gosto pelos requintados costumes que lhe chegavam de França, pela literatura e pela música. Nesta última, em particular, beneficiou de uma aprendizagem de nível avançado, quer como intérprete de flauta transversal quer como compositor.

O início do seu projeto musical remonta a 1732, quando aos vinte anos de idade se emancipou da casa real, estabelecendo a sua corte em Neuruppin, localidade situada a norte de Berlim. Começou então a contratar músicos, sendo o primeiro de todos Johann Gottlieb Graun. Violinista formado em Dresden e em Itália, Graun logo se tornou responsável pela orquestra, aplicando os ensinamentos que recebera dos célebres Johann Georg Pisendel e Giuseppe Tartini, primando a precisão e coordenação das arcadas, a gestão meticulosa das dinâmicas e da própria intensidade expressiva.

Pouco tempo mais tarde, a corte mudou-se para Rheinsberg, relativamente perto. Já então trazia consigo Franz Benda, também ele formado em Dresden. Benda era o típico violinista virtuoso. Ainda jovem, exibiu-se em cidades importantes, como Viena e Varsóvia. Depurou as suas qualidades junto de Graun, vindo a suceder-lhe no lugar de Mestre de Capela bastantes anos mais tarde, já em 1771. Esteve ao serviço de Frederico II durante mais de seis décadas e foi um dos seus favoritos.

Quando da coroação do rei, em 1740, todo o cenário se mudou para Berlim. O irmão de Graun, Carl Heinrich, também músico, partiu para Itália a fim de recrutar os cantores que inauguraram uma casa de ópera dois anos mais tarde. A orquestra até aí formada por dezassete instrumentistas, rapidamente se estendeu até aos quarenta, e outros músicos de prestígio juntaram-se, tais como Johann Joachim Quantz e Carl Philipp Emanuel. Berlim tornou-se assim num centro musical de referência incontornável.