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O Quinto Concerto para Violino de Mozart

Só alguém que conhecia profundamente o violino poderia ter composto assim. Nos cinco concertos para violino de Wolfgang Amadeus Mozart, na vez da exuberância técnica e ornamental, sobressai a depuração melódica e a sobriedade expressiva. Em boa medida, isso deve-se à influência do lirismo operático, como acontece no Quinto Concerto. A célebre melodia do último andamento é emprestada de um bailado que Mozart escrevera para a ópera Lucio Silla.

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Dos cinco concertos para violino de Mozart, os três últimos foram compostos em 1775, quando tinha dezanove anos de idade. Pouco se sabe acerca da origem destas composições, já que o contexto criativo de Mozart se deu a conhecer, sobretudo, através de cartas redigidas quando se achava longe de casa. Tratando-se de música destinada à orquestra da corte de Salzburgo, não existe qualquer correspondência a respeito. De qualquer modo, são partituras que retratam um jovem compositor que tinha como modelo os concertos de Mysliveček e Vanhal, mas preferia a sobriedade expressiva e o equilíbrio formal em vez da espetacularidade virtuosística.

O Concerto N.º 5 é o mais famoso de todos. Curiosamente, o violinista italiano Antonio Brunetti não gostou do andamento lento original e pediu a Mozart que escrevesse outro. Resultou assim o Adagio em Mi Maior KV 261, que hoje em dia é tocado em separado. Mas é o último andamento que se destacava. Trata-se de um Minueto que apresenta ideias sempre novas nas sucessivas secções do Rondó. Intromete-se então a célebre marcha alla turca, nome pelo qual também é conhecido este concerto. Nessa secção contrastante, Mozart simula o exotismo das percussões fazendo embater a madeira dos arcos nas cordas. É uma passagem pitoresca que serve de transição.

 

Rui Campos Leitão

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