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Karol Szymanowski

Entre 1900 e 1902, o jovem polaco Karol Szymanowski (1882-1937) compôs quatro estudos para piano num estilo romântico tardio, manifestamente influenciado por Chopin. O terceiro, em particular, contribuiu decisivamente para que o seu nome se tornasse conhecido internacionalmente, sobretudo a partir do momento em que o célebre pianista Ignacy Jan Paderewski, seu compatriota, o passou a incluir nos programas que apresentava por toda a Europa. Grzegorz Fitelberg, amigo do compositor, transformou esse mesmo Estudo em Si Bemol Menor numa peça orquestral de belíssimo efeito.

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Já depois de 1901, quando foi estudar para o Conservatório de Varsóvia, Szymanowski regressava todos os verões a Tymoszówka, onde recebia os amigos e se dedicava à composição. Terá sido nesse contexto que os seus estudos para piano Op. 4 foram compostos. Tymoszówka é uma localidade que fazia então parte do Império Russo – integra hoje o território da Ucrânia. A sua família, nobre e católica romana, radicara-se nessas terras no século XVIII e proporcionou-lhe uma formação artística e intelectual muito sólida, para lá de lhe incutir uma inabalável consciência patriótica da tradição polaca. Foi ainda em Tymoszówka que passou parte da 1.a Grande Guerra, mas o desfecho da Revolução nunca lhe permitiu regressar. Depois disso, já na década de 1920, as suas obras tornaram-se bastante populares em toda a Europa. Isso levou a que, em 1926, se tenha tornado diretor do Conservatório de Varsóvia. Trata-se, portanto, de uma figura proeminente da música polaca.

Foi, precisamente, em 1901, com dezanove anos de idade, que compôs o Estudo em Si Bemol Menor. De imediato, este distinguiu-se pela beleza melódica, de pendor melancólico, e pela densidade harmónica sobre a qual se enreda toda a tensão dramática. A lentidão da cadência progride em forma de arco, com eixo no clímax expressivo que sobressai ao cabo de dois terços da partitura, antes de ser retomada a melodia inicial.