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A Suíte Pastoral de Chabrier

A Suíte Pastoral de Emmanuel Chabrier resulta da orquestração de peças para piano que o compositor e pianista francês completou em 1880. Do conjunto das Dez Peças Pitorescas, escolheu Idylle, Danse Villageoise, Sous Bois e Scherzo-Valse. São quatro miniaturas musicais, um turbilhão de sonoridades cristalinas, ambientes rústicos, timbres difusos de pendor impressionista que contrastam com ritmos exuberantes.

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O compositor e pianista francês Emmanuel Chabrier só se dedicou inteiramente à profissão de compositor por volta dos quarenta anos de idade. Ainda assim, foi a tempo de se tornar numa das figuras mais notáveis da cena artística parisiense da década de 1880. Por essa altura, quando também os pintores impressionistas rompiam convenções em exposições particulares, a sua música distinguia-se da maior parte daquela que se praticava na capital francesa, dominada pelas canções e pelas peças para piano que se ouviam em requintados salões, para lá da incontornável ópera cómica.

Chabrier compôs quatro óperas e poucas mais obras orquestrais. Entre estas últimas, destaca-se a rapsódia orquestral España, de 1883, por ser a mais conhecida. Mas também a Suíte Pastoral, a qual resulta da orquestração de quatro peças escolhidas entre as Dez Peças Pitorescas para piano que tinha composto em 1880 durante um período de férias passado numa praia da Normandia. Os dez pequenos poemas musicais inspiravam-se nas paisagens e ambientes rústicos que teve então a oportunidade de conhecer. E logo despertaram a atenção de músicos como César Frank, pela sugestão de sonoridades neobarrocas, vagamente evocativas de François Couperin e Jean-Philippe Rameau. Nos anos que se seguiram, o próprio compositor orquestrou quatro delas, as quais veio a estrear na qualidade de maestro em novembro de 1888, em Angers.

 

Rui Campos Leitão

 

Imagem: Emmanuel Chabrier em 1880. Pintura a óleo de Edouard Manet | Fonte: Wikimedia Commons