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A Abertura Fidelio

Ludwig van Beethoven compôs quatro aberturas para a sua ópera Fidelio, as três aberturas Leonore (I, II e III) e a abertura Fidelio, a versão definitiva. Esta é bastante diferente das anteriores, pois não procura antecipar a intensidade dramática dos dois atos que se seguem. Nesse sentido, aproxima-se do estilo de Rossini.

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Fidelio é o título da única ópera que Beethoven escreveu. Situa a sua ação em finais do século XVIII, na cidade de Sevilha, e conta uma história de amor passada em torno de uma prisão de presos políticos em que um nobre virtuoso permanece recluso e condenado a morrer lentamente de fome. Para além da evocação do Amor – a força redentora que coincide na maior parte dos libretos líricos – esta ópera destaca-se pela mensagem ética, pela vitória dos ideais de libertação tão próprios daquele período pós-revolucionário. Embora não fosse comum Beethoven alterar as partituras após as fazer tocar em público, a peça orquestral que dá início a Fidelio mereceu do compositor sucessivas e profundas transformações. Por isso, a abertura que abre este programa, hoje conhecida por Fidelio, é diferente daquela que foi estreada diante de oficiais franceses em 20 de novembro de 1805, em Viena. Data de 1814 e é, entre as quatro, aquela que costuma ser tocada quando se apresenta a ópera por inteiro, em versão cénica.

 

Rui Campos Leitão