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A Abertura de «L’Italiana in Algeri»

Com música de Gioachino Rossini, o drama jocoso L’Italiana in Algeri estreou em 1813, em Veneza. Conta a história de Isabella, uma italiana que, tendo a beleza como principal arma, se aventurou na Argélia para tentar libertar seu amado da condição de prisioneiro. Na sinfonia de abertura reconhecem-se algumas das melodias que se destacam nos dois atos que lhe seguem.

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A ópera L’Italiana in Algeri (A mulher italiana em Argel) foi um dos primeiros grandes êxitos da carreira de Gioachino Rossini. Ao importar recursos da ópera séria para o contexto da comicidade, reforçou os contrastes dramatúrgicos que, em grande medida, garantiram a sua grande popularidade. Datada de 1813, o enredo decorre em Argel, uma cidade que durante muitos séculos conviveu com Corsários e Piratas que competiam pelo domínio da circulação do comércio naquele corredor marítimo estratégico. Pilhar navios era também uma fonte de rendimento para os governantes da região.

A ópera conta a história de uma prisioneira muito bela que, em busca da libertação do seu amado, se acha sequestrada por terríveis berberes. Ainda assim, ela mantém-se tranquila, pois sabe que a sua beleza lhe trará soluções. Em particular, a abertura orquestral é magnificente, plena de energia, drama e bom humor. Após uma introdução calma em que o oboé brilha sobre o pizzicato das cordas, a orquestra introduz um pequeno motivo rítmico que prevalece durante toda a abertura. Como é característico da música de Rossini, assiste-se a uma irradiante criatividade nas sucessivas combinações instrumentais, sempre pontuadas por acordes imensos que são apresentados por toda a orquestra de maneira a acentuar o peso dramático.

Rui Campos Leitão